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terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Livro: Eu, Christiane F...

Oioioi



Já cheguei com algo que é para chocar mesmo, porque aqui não tem isso. A gente fala de tudo. O livro de hoje, ele foi bem polêmico. Não pelo tema apenas, mas pela junção tema-espaço. Ele foi lançado em nada mais nada menos que 1979. Sim, exatamente. Imagina? Falar sobre drogas e prostituição em 1979? Tem gente que mesmo hoje trata do tema como Tabu. Pois é, ele fez muito escândalo mesmo. Calma, que ainda não terminou. A história se passa na Alemanha. Agora sim.

Quero deixar claro: não é um livro que te prende, mas que te instiga a pensar e a reavaliar conceitos. Principalmente quando tu notas que a menina, apesar de drogada e prostituída AOS 13 ANOS, ela tinha tudo para se tornar uma pessoa com uma vida promissora desde o início, porque ela tem ideias, mesmo sob efeito da droga, que demonstram certa inteligência e vontade de liberdade ponderada para a época. Gente, não basta simplesmente ler o livro. Uma história só se torna boa quanto o leitor se entrega e entra no contexto, e deve-se lembrar que o contexto é 1976. 

Dessa história também foi feito um filme. Ainda estou fazendo uma autorreflexão para descobrir se tenho estômago para assití-lo ou não. Pelo seguinte: existem cenas fortes. E eu tenho uma mania chata de me envolver com as personagens. Com livros, sou ainda menos sensível do que com o filme. E mesmo apenas com o livro teve uns momentos que eu joguei o livro no chão e falei "não quero mais ler esta merda". Aposto que terá gente que me odiará, mas direi mesmo assim: Eu bati nesse livro. eu joguei ele no chão e olhei para o lado. Voltei para ele e bati na cara da Chrisitiane F., simplesmente porque MEU DEUS eu não aguento. 

Por enquanto, acho que não tenho mais nada a dizer sobre o livro. Então vamos lá ao de sempre:

Título original: Wir Kinder vom Bahnhof Zoo
Autor (es): Kai Hermann; Horst Rieck
Editora: Abril Cultural
Tradução: Maria Celeste Marcondes
Páginas:254
Lugar e data da publicação: São Paulo, 1985.
Sinopse: A obra em questão originou-se do próprio interesse de Christiane F. em romper o silêncio e relatar sua história aos jornalistas Kai Hermann e Horst Rieck sobre a questão dos tóxicos entre os adolescentes. O livro tem início com o texto do processo (Berlim, 1978) em que Christiane colegial, menor de idade, é acusada de consumir, de maneira contínua, substâncias e misturas químicas proibidas por lei. Ela foi acusada também de ter-se entregado à prostituição, com o propósito de juntar dinheiro suficiente para comprar drogas.Após tudo isso, sua família se desestruturou: o pai ficou desempregado, a mãe pediu o divórcio, e o inferno instalou-se no seio da família. Christiane era surrada sempre e o lar, por ter-se transformado num ambiente hostil, fez com que ela procurasse as ruas.


Se você não quer saber so que o que ocorre no livro, é aqui que deve parar de ler. Não continue. 

                                                                                                               
                                                                                                              
                                                                                                               

Resumo da obra:

A história começa com a mudanças da família de Christiane (C.F.) saindo do interior e indo para a cidade. Berlim. Seus pais tinham a ideia de se tornarem casamenteiros por lá. Assim que chegou em Berlim, Christiane já percebera enormes contrastes culturais, por exemplo, o fato de as crianças terem uma espécie de "líder", que era o mais forte. Ela gostava disso, gostava da ideia de ter poder. Além disso, ela conta que apanhava muito do pai. Ele era muito agressivo e, até, tentou afogar sua esposa durante uma briga e, logo após o ocorrido, se divorciaram. Apesar do divórcio, ela não ficou muito tempo sozinha. Logo encontrou um parceiro: Klaus. Christiane começou a se sentir atraída pelo tipo de amizade que os "zé droguinhas" ofereciam, e começou a andar com eles. Sua irmã, que era inseparável dela, foi morar com o pai.

"O que eu mais ou menos aprendi é que no conjunto Groupius as únicas brincadeiras autorizadas eram aquelas previstas pelos adultos. Quer dizer, brincar na areia e escorregar no tobogã. Ter ideias próprias era perigoso." pág.24

Durante alguns momentos do livro, tem uns trechos que mostram uns pensamentos de alguns participantes da vida da Christiane, como sua mão,policiais, pastores, etc. Particularmente, não me senti interessadas nesses comentário, mas ainda li um ou outro. O primeiro foi se sua mãe. Mãe: Afirmou que já sabia, mas não queria acreditar. Ela tivera um pai severo e por isso não quis prender ou pressionar sua filha para que não acabasse como ela, que engravidou do primeiro homem que conheceu para poder sair de casa e ter um pouco mais de liberdade.

Christiane começou usando maconha, LSD, bebidas alcoólicas; mas com o tempo, nada disso fazia mais efeito. Não era o suficiente. Começaram a usar novas drogas: comprimidos que acalmavam o excitavam. As notas da escola começaram a cair.

Kessi, uma nova amiga de Christiane, foi pega no flagra e sua mãe a proibiu de sair de casa a noite e de andar com a C.F.. Foi Kessia que a apresentou o Sound - uma discoteca que a turma "zé-droguinha" costumava frequentar-, mas depois de sua proibição CF continuou indo ao local para ver as pessoas e tomar uns comprimidos. Em uma dessas idas ao Sound sozinha, esbarrou com o Atze. Ele e seus amigos tinham uma opinião formada e contra a heroína. Ela demonstrava com seus ideais e começaram a sair juntos. Ela se apaixonara por Atze e eles começam a namorar. Um sábado, Christiane chegou ao Sound e Uwe a disse que Atze tinha uma noiva. Detlef se mostra um bom amigo nessa situação toda e a ajuda. Ela decidiu não voltar ao Sound e parou de usar outras drogas além da maconha.

Ela voltou ao Sound. Se drogou, e acabou dormindo sentada, acordou com Detlef mexendo em seu cabelo. Depois de um tempo, se apaixonou por ele. Largou as drogas, mas começou a tomar mais tranquilizantes. As coisas em casa começaram a melhorar. Contou para sua mãe, inclusive, que passara noites no Sound ao invés de ir para a casa de suas amigas como contara antes para ela. - DETLEF SE PICOU- e ela fez um escândalo (bem mais do que este que eu acabei de fazer colocando a frase em caixa alta). Heroína era o pavor dela, nem queria mais sequer ver Detlef. Voltando para casa, passou mal na rua, tomara comprimidos demais. Foi meio que se arrastando até a casa e ficou de cama por mais de dois dias. Decidira não tomar mais comprimidos.

Nossa, eu fiquei tão feliz nesse momento. Muito feliz mesmo. Me enchi de esperança mesmo sabendo que ainda faltavam muitas páginas para ler, ou seja, muito problema para ler. 

David Bowie faria um show ali em Berlim. Ele era um ídolo dos "descolados", ela precisava ir.Nesse momento eu comecei a ficar preocupada. Sim, mesmo sabendo o que ia acontecer, já que o título do livro já dá uma ideia "drogada, prostituída...". Perto da hora do show, Frank teve uma crise de abstinência. C.F. ficou com pena e saiu junto com Bernd a procura de heroína para comprar. Entretanto ela começou a ter uns pesamentos esquisitos. Começou a pensar que ela estava triste (por conta da música que acabara de começar a tocar) e não queria que os dois - Frank e Bernd - se "mandassem na boa e ela ficasse na pior e, quis experimentar a H. Chamou para ir consigo o Frank, que por acaso se picava. Ela, neste momento, afirmou algo do tipo: A barreira entre mim e os toxicômanos fora destruída.

Ela disse sua vontade a Frank, mas ele lhe deu uma bronca, o que a incentivou mais ainda. ELA SE PICOU; engraçado ela não fazer um escândalo por ter se picado... Acordou se coçando e resolvida a não usar de novo. A vida estava tranquila de novo e suas notas subiram. Me enchi de esperanças mais uma vez, e o livo não estava nem na metade ainda...
Ela se picou novamente.

-QUE MERDA! SOLTEI O LIVRO E XINGUEI PORQUE EU NÃO ME AGUENTEI NESSE MOMENTO-

Christiane encontrou Detlef no Sound, que brigou com ela por ter usado heroína; mas também a pediu dinheiro para comprar heroína. Oh,meu Deus. Esses jovens... Eles foram pedir dinheiro. Ela inspirou o pó( por acaso ela havia prometido há poco tempo que não usaria H em menos de um mês c: ), ele se picou. Depois de uns fins de semana usando a droga, decidiu novamente que iria parar. As brigas recomeçaram.

Christiane começou a andar com umas meninas mais novas que ela, que a admiravam. No seu aniversário, ganhou 50 marcos. Gastou 40 com H e 6 com cigarros. Foi, também, visitar sua avó que morava no interior. Ficou por lá por 2 meses e meio sem sentir falta das drogas. Queria continuar lá, mas como não queria dizer o motivo - as drogas - voltou a Berlim. Quando voltou, tentou ao máximo evitar Detlef para não voltar àquela "vida", mas ela ficou doente e ele foi visitá-la.

GENTE, GENTEEEEEEE!!! Detlef começou a se prostituir. OI??? Sim, exatamente. Eu fiquei muito chocada mesmo quando li isso. Que loucura! Detlef foi morar com Axel, em um apartamento sujo, bagunçado e muito fedorento. A cama de C.F., entretanto, era sempre limpinhas com lençóis branquíssimos. O próprio Axel tratava de providenciar. Uma noite desses vários fins de semanas que eles dormiram lá, C.F. e Detlef fizeram amor e, por conta deste, começou a sentir nojo da prostituição.

"Detlef era o elemento mais forte do grupo, e eu a mais fraca. Eu me sentia inferior aos rapazes, física e moralmente. Principalmente porque era uma menina. Mas pela primeira vez gostava da minha fraqueza. Saboreava a proteção de Detlef. Achava uma delícia saber que Detlef,  Axel e Bernd estavam sempre presentes quando eu tinha necessidade de alguém." pág. 93

NOTÍCIA: Ela teve sua primeira crise de privação. Está vendo como este momento do livro está bem tenso, né? Relaxa que vai piorar. Ela saiu a procura de dinheiro junto com Detflef, mas ela estava com pressa, e atendeu o pedido de um cliente. Ela bateu uma punheta para ele e ganhou 120 marcos. Quando ela contou a Detlef ele ficou muito irritado. Muito mesmo. Depois que se acalmou decidiu comprar Valeron. Ele lera em algum lugar que diminuiria o efeito da crise de privação e decidiu que sairiam dessa situação juntos. Choraram.

"Era-me totalmente indiferente o que os outro pensavam de mim. Quando começavam aquelas terríveis coceiras, que afetam todas as partes do corpo e até mesmo sob a maquilagem, não me preocupava com quem quer que estivesse do meu lado. Simplesmente tirava as minhas botas, levantava a saia até o umbigo, e me coçava pra valer. Para mim somente importava a opinião que a turma tinha a meu respeito." pág. 119

Nem crie expectativas. Eles continuaram usando H. Detlet deu a ideia de se prostituírem juntos, assim ele poderia controlar o que ela faria. Christiane e Detlef começaram a brigar com maior frequência. A mãe de D.F. descobriu quase tudo (só não descobriu sobre a prostituição). Ela tomou iniciativa de ajudá-la junto com Detlef para que conseguissem se livrar desse vício. Nesse momento veio uma explicação sobre a crise de privação. Sinceramente, é justamente desta parte que tenho medo no filme; pois eu tenho horror a vômito, e teve cãibras, tosses contínuas que levavam ao vômito, suores, queda de pressão, etc. 

Depois de 7 dias presos dentro de casa decidiram fazer um passeio. Quando viram já estavam na cena com a desculpa de "cumprimentar Axel e Bernd". Sentiram vontade de se picar. AH, JURA? nÃO BRINCA? SERÁ QUE NÃO ERA ÓBVIO QUE SE ELES FOSSEM LÁ ISSO IA ACONTECER? MAS NÃAAAAAO... Eles se picaram. 😃 Klaus, o parceiro da mãe de C.F., expulsou Detlef de casa. E adivinha? Detlef voltou a se drogar e prostituir e Christiane voltou a usar Hcom ele. Nossa, por que será que eu não imaginei isso? 😠

Christiane foi pega pela polícia, que ligou para sua mãe. Assim que saiu da cadeia, foi direto para o aeroporto com sua mãe e Klaus. Foi mandada novamente para a casa de sua avó. Se desintoxicou em 4 dias. Voltou para Berlim e voltou a se picar. Só de recontar a história já estou ficando nervosa de novo com esse ser humano.

Detlef arranjou um novo cliente: Rolf. Entretanto, Rolf acabou se apaixonando por Detlef. Em 1977, Christiane fora presa pela terceira vez. Uma notícia para arrazar: Atze ( o primeiro namorado de C.F.) morreu. E chocar mais ainda: foi um suicídio. Ele usou heroína -dose mortal- , e escreveu uma carta entregando vários revendedores na esperança de que o que ele fizera outros jovens não entrassem no mundo da H.

Christiane foi pega no Sound bebendo refrigerante de graça, aravés de um problema na máquina. Os seguranças do lugar iam estuprá-la ou espancá-la. Ela sabia disso porque já havia ouvido outras histórias como essa. Conseguiu fugir, mas não encontrou mais Detlef essa noite.

Ela foi convocada a comparecer na brigada criminal. Antes de ir para o tribunal, ela misturou a H (imunda) com vinagre na intenção de limpá-la e se picou. Ficou "dura" e caiu no chão, ligou para sua mãe dizendo que iria morrer. Algum tempo depois, ela prestou depoimento sobre tudo o que sabia a respeito dos usuários, do Sound e dos revendedores. Ela decidiu parar DE VEZ e foi por livre vontade à NARCONON para se tratar. Sua mãe nem demonstrava mais ter esperanças de tantas vezes que ela havia abandonado os tratamentos, Depois de 15 dias ela fugiu e foi ao metrô procurar Detlef, mas não o encontrou. Fez um programa e comprou um cachorro.

Ela fugiu mais duas vezes da instituição e descobriu que ele havia ido com Bernd para Paris. Ela ficou furiosa. C.F. voltou para Narconon (sua mãe tinha passado lá e pegado suas coisas). Ela ficou lá mesmo sem nada, e fez tudo exatamente da forma que mandaram de forma obcecada. Tornou-se a aluna modelo. Até que seu pai apareceu por lá disposto a levá-la para casa, mas ela não queria de forma alguma. Estava disposta a acreditar que se saísse da Narconon, teria uma recaída e morreria.

Seu pai a levou e arranjou para ela muitas tarefas e uma dama de companhia para ajudar a vigiá-la. Achou que seria o suficiente para mantê-la ocupada, evitando assim que teria tempo para comprar e usar drogas mas mesmo assim ela conseguiu dar um jeito de se livrar de sua dama de companhia e arranjar tempo para usar drogas. Em pouco tempo voltara a se picar. [Detlef e Bernd foram presos]

Para arranjar mais tempo para suas tarefas, ela começou a se prostituir com um cliente fixo: O Heinz.
Ele sempre a pedia para dizer que o amava, e ele dizia também que a amava. Heiz descobriu que Babsi (uma das melhores amigas de C.F) estava internada no hospital. Christiane foi correndo procurá-la, mas não a encontrou. O jornal anunciara sua morte. Christiane pensou na mesma hora que foi porque venderam a ela uma heroína impura, e foi à polícia denunciar os revendedores desonestos, mas ela foi praticamente ignorada.

Disposta a morrer tentando, comprou drogas de vários revendedores para descobrir que vendera a droga à Babsi a fim de vingar sua morte. Entretanto, seu pai a encontrou no flagra com Heinz e seu pai voltou a trancá-la em casa. Descobrira também sobre a história de Stella e ele correu atrás dela para tirá-la da cadeia e adotá-la, queria ajudar as duas. As duas se prostituíram juntas.

"Nós sempre trabalhávamos pelo menos em dupla. Quando uma saía com um cliente, a outra anotava, ostensivamente, o número da placa. Isso desencorajava os caras que estivessem pensando em nos fazer uma sacanagem. Era igualmente uma proteção contra os proxenetas. Nós não tínhamos medo dos policiais. Alguns, quando passavam nos carros de patrulha, nos davam adeuzinhos. Até tinha um deles entre os meus habitués. Um cara muito divertido. Ele pedia, queria amor o tempo todo, era preciso explicar-lhe que a prostituição era um trabalho e não amor. Ele não era o único cliente a quem tinha que explicar isso. A grande maioria queria bater papo. Começavam sempre com 'Como uma menina tão bonita como você chegou a isso? Certamente há uma outra solução.', etc., etc. Era o tipo de conversa fiada que mais me exasperava. Alguns punham na cabeça que iriam me salvar. Recebia pedidos de casamento certinhos. Todos aqueles bons sentimentos não lhes impediam de explorar a desgraça dos viciados para sua satisfação pessoal, com conhecimento de causa. Esses caras mentem escandalosamente. Imaginam poder ajudar-nos enquanto estão atolados até o pescoço em seus problemas. A maior parte deles eram caras que não ousavam procurar profissionais. De maneira geral, tinham dificuldades com mulheres e por isso vinham procurar meninas que se viravam. Eles nos diziam que se sentiam completamente frustrados por causa de suas mulheres, de suas famílias, da vida que levavam, onde nada mudava. Às vezes, pareciam ter inveja de nós, pelo menos porque éramos jovens. Eles nos faziam perguntas sobre a juventude atual, seus gostos, suas músicas, sua linguagem, a moda, etc. Uma vez, um desses tipos, um cara de uns cinquenta anos, queria fumar maconha de qualquer maneira, pois ele achava que todos os jovens o faziam. Foi aí então que pedi mais dinheiro. E ei-nos em busca de um fornecedor. Percorremos metade de Berlim, e nada. Eu nunca tinha percebido que nesta cidade encontramos heroína em todos os cantos da rua e maconha não encontramos em parte alguma. Levamos quase três horas para encontrar um pouco. O tipo fumou sua maconha no carro. Ficou todo feliz de fazer tal coisa. Encontrávamos cada louco neste trabalho! Havia um cara que queria que a gente batesse o tempo todo sobre uma placa de aço que ele tinha no joelho, desde um acidente de moto. Um outro levava consigo um pedaço de papel com um carimbo que tinha o aspecto de documento oficial: era um documento de esterilidade, pois não queria usar preservativo. Um outro, o mais filho da puta de todos, me contou que trabalhava no cinema e que gostaria que eu fizesse um ensaio, depois tirou um revólver e me obrigou a fazer coisas com ele gratuitamente." pág. 207 e 208

Christiane começou a ter vários pensamentos ruins e suicidas, a odiar tudo e todos. Resolveu se internar na clínica psiquiáteica Bonnies Ranch, "o pesadelo dos viciados"/ "4 semanas no Bonnies Ranch é pior que 4 anos na cadeia". Na sua estadia lá, ficou doente. Aproveitou a oportunidade para fugir do hospital. Voltou a se picar e acabou pegando icterícia, sua mãe e ela procuraram por hospital, masquase não encontraram um que quisessem atendê-la por saberem que ela era drogada.

"Tudo o que me propuseram em matéria de terapia foi fazer tricô. Mas absolutamente não me interessava, e achava que aquilo não me ajudaria. Naturalmente havia grades nas janelas, mas como Bonnies Ranch não era uma prisão, eram volutas - mais decorativas. Virando a cabeça de certa forma, poderia enfiá-la entre duas curvas, e isso me permitia ver melhor lá fora. Passava horas assim com o pescoço enroscado naquela 'coleira de ferro'. Veio o outono e as folhas se tornaram avermelhadas e amareladas. Entre duas árvores o raio de sol que estava se pondo caía diretamente sobre a minha janela todos os dias, e isso durava uma hora. Às vezes amarrava minha caneca num pedaço de lã, fazia-a atravessar a janela e me divertia batendo-a contra o muro, ou então durante uma tarde inteira tentava, sem sucesso, pegar um ramo com um cordão, na esperança de colher a folha. Á noite pensava: se você não estava doida ao chegar, acabou ficando."
"Encontrei um velha bola de futebol num armário. Jogava-a infatigavelmente contra os painéis de vidro de uma porta enferrujada. Talvez eles acabassem se quebrando. Não demoraram muito a tirá-la de mim. Meti a cabeça no vidro. É claro que o vidro era resistente. Tive a impressão de ser um animal feroz em uma jaula, uma jaula minúscula. Andava ao longo das paredes horas e horas. Uma vez tive uma terrível necessidade de correr. Corria como uma louca, de ponta a ponta o corredor. Ida e volta, ida e volta, até que caí de cansaço."

Delef foi solto. Prometeram-se um ao outro que ficariam limpos. Não se se essa informação é importante, mas o nariz dela começou a sangrar com frequência. Eles já estavam há um tempo sem usar drogas, decidiram ir à estação zoo comprar um romance que ela estava lendo. Se encontrou com Stella e as duas Tinas. As Tinas estavam precisando de dinheiro, pois já estavam entrando em crise de privação, mas os estrangeiros não as queriam e sim a Christiane, por isso ela se juntou com Stella para apenas excitá-los para que eles pagassem a droga das Tinas. Adivinha? Ela se picou!

Ela também tentou tomar um HOT SHOT (dose mortal) usando meio grama, mas não deu certo; ela apenas desmaiou e teve paralisia. Ela foi encontrada por dois garotos que a levaram a um médico pederasta (= Homem adulto que sente atração por meninos adolescentes), que cuidou dela; mas ela acabou fugindo a procura de um grama.



Detlef tornou-se revendedor. KEEEEE??? Eles vendiam juntos, mas quase não sobrava dinheiro para eles. Uma vez, Detlef dormiu com a seringa no braço, ela achou que era uma overdose e ligou para a polícia. Durante a ligação, ele acordou e ela disse que era um "alerta falso" para a polícia. Entretanto a polícia foi ao apartamento e a levou presa. Sua mãe e Klaus foram buscá-la na delegacia, e foram para o aeroporto. De acordo com a Christiane, eles iriam para Hamburgo morar com seus parentes burgueses. Apenas ela se foi, para morar com sua avó. Iniciou uma vida normal, estava indo a escola como qualquer outra criança, mas quando seu histórico de Berlim chegou, o diretor a expulsou da escola.

Ela, então,foi para a turma dos complementares onde era muito julgada e acreditava mais em ter um futuro promissor. Entretanto, conheceu uma turma cool, com pensamentos parecidos com os "zés-droguinhas" de Berlim; mas o máximo que faziam era fumar maconha e beber.

e Fim.
Não está acreditando? Pois é, eu também não acreditei quando terminei o livro. Eu fiquei: "roubaro umas pagina não é possibru". Fiquei indignada. Realmente broxante.








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